O país está prestes a alcançar um reconhecimento inédito no cenário sanitário global. Nesta quinta-feira, 29 de maio, será concedido um novo status ao Brasil durante um encontro internacional promovido pela Organização Mundial de Saúde Animal, que está sendo realizado em Paris. O momento marca o fim da exigência de vacinação contra a febre aftosa em todo o território nacional.
A oficialização do novo status sanitário ocorrerá na manhã desta quinta-feira, com o pronunciamento previsto para as 10h no horário da França, o que equivale às 5h da manhã no Brasil. A comitiva brasileira presente no evento é formada por aproximadamente 90 integrantes, entre eles autoridades do Ministério da Agricultura e congressistas ligados ao setor agropecuário. A liderança do grupo está sob responsabilidade de Marcelo Moura, representante da área de saúde animal do ministério.
Durante o dia anterior à cerimônia, os integrantes da delegação brasileira estiveram envolvidos em encontros técnicos com representantes da entidade internacional. Nessas reuniões, foram detalhadas as ações que garantem o controle sanitário no país, incluindo mecanismos de monitoramento, estratégias de prevenção de enfermidades e os procedimentos aplicados na produção pecuária nacional.
Os membros da comitiva brasileira destacaram que o país tem ganhado relevância nas conversas técnicas por demonstrar avanços significativos na estruturação do serviço veterinário público e na retirada progressiva da imunização contra a febre aftosa. Durante a inspeção ao espaço onde será realizada a cerimônia, parlamentares ressaltaram o impacto positivo desse reconhecimento global tanto para os trabalhadores do campo quanto para a ampliação das oportunidades comerciais internacionais.
A vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, senadora Tereza Cristina, apontou que a conquista do novo patamar sanitário traz ganhos estratégicos para a pecuária nacional. Ela observou que a suspensão da imunização contra a febre aftosa abre portas para países que impõem restrições à importação de carne de animais vacinados, contribuindo assim para a valorização do produto brasileiro em mercados com maior rigor regulatório.
O vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira, destacou que o novo reconhecimento internacional reflete o avanço contínuo da atividade pecuária no país. Para ele, a melhoria nos padrões produtivos foi essencial para alcançar esse resultado, que agora impõe o desafio de manter a credibilidade sanitária conquistada. Atualmente, a carne brasileira já está presente em mercados estratégicos como China, EUA e União Europeia. Com a validação da OMSA, a expectativa é ampliar o alcance comercial e impulsionar o valor de venda do produto no exterior.
Com a retirada definitiva da vacinação contra a febre aftosa e o reconhecimento internacional da zona livre da doença, o agronegócio brasileiro se projeta para um novo ciclo de oportunidades comerciais. Países que antes impunham barreiras sanitárias à carne proveniente de animais vacinados agora poderão abrir suas portas aos produtos brasileiros, o que tende a ampliar a pauta de exportações e diversificar os mercados atendidos. Essa mudança pode representar, além do aumento no volume exportado, uma valorização da carne nacional no cenário internacional, impactando diretamente os preços pagos ao produtor.
No entanto, o novo status também exige um compromisso rigoroso com a vigilância epidemiológica e a manutenção de um sistema de controle sanitário eficiente. A ausência da vacinação impõe um nível mais elevado de responsabilidade ao serviço veterinário oficial e aos pecuaristas, que precisarão garantir a detecção precoce de qualquer foco suspeito e seguir protocolos com precisão. Se bem administrado, esse novo cenário pode consolidar o Brasil como uma das maiores potências sanitárias no setor de proteína animal, fortalecendo sua competitividade global e sua reputação em sustentabilidade e qualidade.
Da redação Ponto Notícias l Com informação Luis Roberto Toledo