O Brasil alcançou um marco histórico no setor agropecuário ao ser oficialmente reconhecido como país livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinação. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (29) pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da entidade, em Paris, na França. A decisão representa um avanço técnico e estratégico para a pecuária brasileira, resultado de mais de duas décadas de trabalho intensivo de produtores rurais, entidades representativas e órgãos governamentais.
Para representantes do setor, como Paulo Valini, secretário-executivo do Sindicato Rural de Cascavel, a conquista simboliza o reconhecimento de uma longa jornada de esforços contínuos. Segundo Valini, trata-se de um divisor de águas para o agronegócio nacional, ao coroar a dedicação de diversos segmentos do setor produtivo que se uniram em torno da erradicação da doença.
Ele ressalta que esse novo status sanitário deverá abrir portas para o Brasil em mercados que anteriormente impunham restrições sanitárias severas. A possibilidade de acesso a consumidores mais exigentes e dispostos a pagar mais pela carne brasileira representa, segundo ele, um estímulo direto à competitividade do setor.
Mesmo com o fim da vacinação obrigatória, a OMSA e as autoridades brasileiras alertam que a responsabilidade dos produtores permanece inalterada. Valini faz questão de enfatizar a importância de manter os padrões sanitários, realizar as comunicações de anormalidades ao serviço oficial e garantir a continuidade da qualidade da carne bovina nacional.
O reconhecimento internacional é, portanto, um ponto de chegada e, ao mesmo tempo, um novo ponto de partida, que exige vigilância permanente e colaboração entre produtores e instituições públicas.
A conquista do status de país livre da febre aftosa sem vacinação representa não apenas uma vitória sanitária, mas também uma oportunidade estratégica para reposicionar o Brasil no cenário global da agropecuária. A decisão fortalece a imagem do país como potência no setor, capaz de atender aos requisitos mais rigorosos do comércio internacional.
Embora o reconhecimento nacional tenha sido concedido pelo governo brasileiro em maio de 2024, a chancela da OMSA reforça esse avanço e amplia sua repercussão internacional. Ainda que a vacinação deixe de ser exigida, o país continuará a aplicar políticas rigorosas de vigilância e controle sanitário.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o papel dos pecuaristas segue sendo central, exigindo atenção constante e comunicação transparente com o Serviço Veterinário Oficial (SVO).
Da redação Ponto Notícias l Goiânia