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FIOL Tramo 2 avança como eixo estratégico para integração logística no Oeste da Bahia

Projeto prioritário do Novo PAC, o trecho conecta polos mineradores e agrícolas e prepara-se para futuro leilão no corredor FICO/FIOL

Por: Redação Fonte: Redação
03/06/2025 às 20h00
FIOL Tramo 2 avança como eixo estratégico para integração logística no Oeste da Bahia
Trecho em construção do Tramo 2 da FIOL, sob gestão da Infra S.A., mostra avanços após acordo com comunidades quilombolas e liberação de obras

O trecho aborda o andamento das obras do Tramo 2 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), uma das principais iniciativas de infraestrutura logística do país. O projeto, conduzido pela estatal Infra S.A., visa conectar regiões estratégicas da Bahia, unindo polos de mineração e áreas de produção agrícola. Essa ligação é considerada fundamental para dinamizar o escoamento de cargas, reduzir custos logísticos e impulsionar a competitividade econômica regional.

O Tramo 2 será parte do corredor ferroviário FICO/FIOL, que integra diferentes modais de transporte em uma malha nacional voltada à exportação e ao mercado interno. Embora ainda em fase de construção, o projeto já se prepara para entrar em uma nova etapa, com planos para ser incluído em um futuro leilão, sinalizando o interesse em atrair investimentos da iniciativa privada para sua conclusão e operação. A expectativa é que, quando finalizado, o Tramo 2 fortaleça o papel da ferrovia como eixo de desenvolvimento sustentável e de integração regional.

A reportagem esclarece que, ao contrário do que foi divulgado anteriormente, o Tramo 2 da FIOL não está sob concessão da BAMIN (Bahia Mineração). O artigo concentra-se exclusivamente nesse trecho da ferrovia, trazendo detalhes atualizados sobre seu estágio atual, os obstáculos enfrentados e a importância estratégica que esse empreendimento representa dentro da malha ferroviária nacional.

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Com 485 quilômetros de extensão, a FIOL Tramo 2 é um eixo ferroviário fundamental que atravessa a Bahia, ligando o município de Caetité, no sul do estado, a Barreiras, no oeste baiano. O traçado é projetado para conectar as áreas de mineração da região às zonas produtoras de grãos do Oeste da Bahia, criando uma rota eficiente para o escoamento da produção agrícola e mineral. Esse fluxo será direcionado ao Tramo 1 da FIOL, que, por sua vez, conduzirá as cargas ao Porto Sul, em Ilhéus, quando este estiver concluído. Trata-se de uma iniciativa que visa ampliar a competitividade logística do estado e fomentar o desenvolvimento econômico regional a partir da interligação entre produção, transporte e exportação.

As obras do Tramo 2 da FIOL tiveram início em janeiro de 2011 e seguem sob responsabilidade da estatal Infra S.A., antiga Valec. De acordo com dados divulgados pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), aproximadamente 66% das intervenções previstas no trecho já foram executadas, sinalizando um avanço relevante, embora ainda distante da conclusão total da ferrovia.

Um marco importante para o progresso da obra ocorreu em dezembro de 2024, com a resolução de um impasse fundiário. Um acordo judicial no valor de R$ 105 milhões, firmado com comunidades quilombolas localizadas no município de Bom Jesus da Lapa, possibilitou a liberação de 17 quilômetros de trecho que estavam bloqueados, destravando frentes de trabalho importantes para a continuidade da construção.

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Apesar desse avanço, o projeto ainda enfrenta pendências técnicas e ambientais. Estão em curso estudos complementares solicitados pelo IBAMA, além de uma revisão de projeto que se encontra sob análise da SUPRO. Esses fatores indicam que o processo de licenciamento ambiental e os ajustes técnicos ainda são etapas em aberto e fundamentais para que o Tramo 2 da FIOL avance de forma integral e sustentável.

A reportagem esclarece o status atual e os planos futuros para o Tramo 2 da FIOL, destacando que, ao contrário do Tramo 1 — já concedido à mineradora BAMIN —, o Tramo 2 permanece sob gestão pública, ainda sem contrato de concessão com a iniciativa privada. O governo federal projeta sua inclusão no próximo leilão do corredor FICO/FIOL, que também contemplará o Tramo 3 da FIOL e segmentos da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), formando um pacote estratégico de infraestrutura nacional.

Entre fevereiro e março de 2025, foram realizadas audiências públicas para discutir a modelagem do leilão, cuja realização está prevista para o segundo semestre do mesmo ano. A estratégia do governo é concluir a maior parte das obras do Tramo 2 com recursos públicos, o que aumentaria o atrativo do trecho para investidores privados no momento da concessão.

Em relação ao investimento, o valor de R$ 6 bilhões citado anteriormente para o Tramo 2 não possui confirmação oficial isolada. Esse montante tem sido mais comumente associado ao Tramo 3 ou a investimentos conjuntos entre os trechos 1 e 2. Já o investimento estimado para todo o corredor FICO/FIOL é de cerca de R$ 14 bilhões, segundo projeções mais amplas.

O cronograma das obras do Tramo 2, geridas pela Infra S.A., aponta para uma conclusão estimada por volta de 2026. Após o leilão e a assinatura da nova concessão — esperada para ocorrer em 2027 —, a previsão é que o corredor ferroviário como um todo, incluindo o Tramo 2, entre em operação plena até o ano de 2030. Com isso, projeções mais otimistas de início de operação em 2028 para o Tramo 2 isolado podem estar defasadas frente ao planejamento logístico e à complexidade do projeto federal integrado.

O Tramo 2 da FIOL é apresentado como peça-chave na consolidação de um corredor ferroviário Leste-Oeste, pensado para interligar diferentes regiões produtoras e portuárias do Brasil. Posicionado entre o Tramo 1 — que conecta Caetité a Ilhéus, com foco no escoamento de minério de ferro para o Porto Sul — e o futuro Tramo 3 — que ampliará a integração da ferrovia com a Ferrovia Norte-Sul e a FICO —, o Tramo 2 funcionará como elo essencial para a articulação logística da malha ferroviária nacional.

Sua inclusão como projeto prioritário no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) reforça o compromisso do governo federal com sua conclusão. A decisão de acelerar as obras com investimentos públicos tem como objetivo não apenas garantir o avanço físico da infraestrutura, mas também reduzir riscos para o setor privado no momento do leilão do corredor FICO/FIOL. Com isso, o Tramo 2 se consolida como uma aposta estratégica para modernizar o sistema de transporte de cargas do país, promover o desenvolvimento regional e ampliar a eficiência logística do agronegócio e da mineração brasileira.

Da redação Ponto Notícias  l Bruno Teles

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