O crescimento contínuo do uso de bioinsumos na agricultura brasileira. Na safra 2024/2025, houve um aumento de 13% na área tratada com produtos biológicos em comparação ao ciclo anterior, atingindo 156 milhões de hectares. Isso representa aproximadamente 26% de toda a área cultivada no país. O protagonismo dessa expansão está nas lavouras de soja, que concentram 62% da aplicação desses insumos, seguidas pelas culturas de milho, com 23%, e cana-de-açúcar, com 10%. Esses dados refletem uma tendência de mudança nas práticas de manejo agrícola, com foco em soluções mais sustentáveis.
Destaca que os dados sobre o crescimento dos bioinsumos foram divulgados pela CropLife Brasil em parceria com a consultoria Blink. Essa evolução no uso de produtos biológicos nas lavouras brasileiras está agora em evidência no cenário internacional, sendo um dos assuntos centrais do Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025. O evento, realizado nos dias 5 e 6 de junho no Allianz Parque, em São Paulo, reúne lideranças do agronegócio de diversos países. As discussões se concentram nos caminhos para a produção de alimentos, energia e fibras, com atenção especial à agricultura regenerativa e às práticas sustentáveis no campo.
CropLife como uma entidade representativa de empresas dos setores de biotecnologia agrícola, defensivos e sementes. Ela surgiu da união de associações do setor e exerce um papel ativo na formulação de políticas públicas, na produção de estudos de mercado e na defesa do uso de tecnologias no campo. A atuação da CropLife é especialmente significativa em temas regulatórios e ambientais. Embora represente interesses empresariais, a organização conquistou relevância como uma das principais fontes de informação sobre as práticas agrícolas no Brasil.
O panorama do uso de bioinsumos no Brasil, reforçando a liderança da soja e destacando o milho como a segunda cultura com maior adoção dessas tecnologias, com 23% de participação. Também são mencionadas outras culturas relevantes no uso de bioinsumos, como cana-de-açúcar, algodão, café, citrus e hortaliças. O estudo aponta uma tendência clara de crescimento contínuo, com uma média anual de 22% no Brasil — índice que supera a média global e posiciona o país como referência internacional no setor.
Esse avanço está ligado a uma mudança no comportamento dos produtores rurais, que passaram a adotar um manejo mais integrado, combinando defensivos convencionais com soluções biológicas. Essa integração tem resultado em maior produtividade e em lavouras mais resistentes a pragas e doenças, ao mesmo tempo em que responde às crescentes exigências por práticas agrícolas mais sustentáveis e responsáveis.
O ritmo acelerado de crescimento do uso de bioinsumos no Brasil, que vem avançando a uma taxa média anual de 22% nos últimos três ciclos agrícolas — um desempenho quatro vezes superior à média global. Esse avanço é favorecido por fatores como a biodiversidade nacional, as condições climáticas propícias e o fortalecimento da indústria local, que tem direcionado investimentos significativos em pesquisa, desenvolvimento de formulações e novas tecnologias biológicas.
No cenário regional, o Mato Grosso lidera com 34% da participação nacional no uso de bioinsumos, seguido por estados como Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Tocantins também registram crescimento, ainda que com níveis de adoção mais modestos.
O Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025, realizado nesta semana em São Paulo, se propõe a debater estratégias para ampliar ainda mais esse modelo de agricultura. Segundo a CropLife, os próximos passos do setor dependem da expansão da capacidade industrial, do engajamento de um número maior de produtores, do desenvolvimento de tecnologias mais avançadas e da consolidação do manejo integrado, com a combinação de defensivos biológicos e químicos em práticas coordenadas.
Da redação Ponto Notícias l Fernanda Toigo