O estado de Mato Grosso confirmou neste domingo (8) seu primeiro caso de influenza aviária altamente patogênica (IAAP), também conhecida como gripe aviária. A infecção foi registrada em uma galinha de subsistência no município de Campinápolis, localizado na região leste do estado. O animal fazia parte de um criatório doméstico, e não de uma granja comercial, o que, até o momento, minimiza os riscos de impactos diretos à cadeia produtiva industrial da avicultura local.

A confirmação foi divulgada por volta das 13h, no horário de Brasília, através do painel oficial de monitoramento de focos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O caso marca a ampliação da presença do vírus em território brasileiro, totalizando agora cinco registros oficiais de gripe aviária no país. Dentre esses, apenas um — o de Montenegro, no Rio Grande do Sul — ocorreu em uma ave de produção comercial, caso que havia sido o primeiro do tipo desde a detecção da doença em solo brasileiro no mês de maio.

A ocorrência em Campinápolis reforça o alerta das autoridades sanitárias e do setor produtivo quanto à vigilância epidemiológica, especialmente diante da expansão geográfica do vírus. O Ministério da Agricultura deve manter o protocolo de contenção e controle, que inclui isolamento da área afetada, abate sanitário de aves eventualmente expostas, interdição de circulação e intensificação das medidas de biosseguridade, ainda que o episódio envolva uma ave de subsistência. A situação segue sendo monitorada para evitar a disseminação do vírus entre outras regiões produtoras.

Além do caso registrado em Campinápolis (MT), que marcou a chegada oficial da gripe aviária ao estado, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou outros episódios da doença em diferentes regiões do país. Em Brasília (DF), foi detectado um caso em uma ave silvestre Irerê, de vida livre. Já no município de Mateus Leme, em Minas Gerais, a infecção ocorreu em um cisne negro mantido em cativeiro. Situação semelhante foi registrada em Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, onde outro cisne negro também apresentou resultado positivo para o vírus.

Esses casos reforçam o padrão atual de disseminação da influenza aviária no Brasil, com predominância em aves silvestres — tanto em liberdade quanto em cativeiro —, o que diferencia o cenário brasileiro de surtos mais agressivos observados em outros países, onde a doença atinge fortemente as granjas comerciais. Ainda assim, a vigilância segue intensificada. De acordo com o Mapa, até a última sexta-feira (6), oito casos suspeitos estavam sob investigação no país, mas nenhum deles envolvia propriedades de produção avícola industrial.

Em Mato Grosso, as autoridades locais reagiram rapidamente. Equipes técnicas do Ministério da Agricultura e do Instituto de Defesa da Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) foram deslocadas até Campinápolis, onde executam protocolos sanitários de contenção e prevenção. As medidas visam impedir a disseminação do vírus, proteger a avicultura comercial e evitar prejuízos econômicos e sanitários para o estado. O monitoramento segue em tempo real por meio do painel do Mapa, com atualizações contínuas sobre o avanço da doença no território nacional.

Da redação Ponto Notícias l Viviane Petroli