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Maioria da bancada do Tocantins vota por medidas que podem aumentar conta de luz e Fundo Partidário

Parlamentares ajudaram a derrubar vetos que reintroduzem trechos polêmicos em projetos sobre energia e financiamento de partidos, com impacto bilionário até 2050

Por: Redação Fonte: Redação
20/06/2025 às 09h00
Maioria da bancada do Tocantins vota por medidas que podem aumentar conta de luz e Fundo Partidário
Congresso Nacional durante sessão conjunta que derrubou vetos presidenciais sobre energia e Fundo Partidário, com apoio da maioria da bancada tocantinense.

Oito dos onze parlamentares da bancada federal do Tocantins votaram a favor da derrubada de vetos presidenciais durante sessão do Congresso Nacional realizada na terça-feira, dia 17. Entre os vetos rejeitados está o que excluía trechos controversos do marco regulatório da energia offshore. A medida reacende preocupações no setor elétrico, já que especialistas alertam para um possível impacto financeiro de até R$ 197 bilhões nas contas de luz até 2050, com aumento estimado de até 3,5% nas tarifas.

Os trechos reinseridos na legislação determinam, entre outros pontos, a obrigatoriedade da contratação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), usinas de hidrogênio no Nordeste e parques eólicos no Sul, independentemente de haver demanda comprovada, além da prorrogação de contratos do programa Proinfa.

O novo trecho complementa o texto anterior ao detalhar o impacto financeiro estimado das medidas aprovadas com a derrubada dos vetos. Segundo análises da consultoria PSR e da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), a contratação obrigatória das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) representa o maior custo, estimado em R$ 140 bilhões até 2050. O hidrogênio líquido adicionaria R$ 28 bilhões, a energia eólica no Sul mais R$ 5 bilhões, e a prorrogação do Proinfa cerca de R$ 24 bilhões, totalizando os R$ 197 bilhões projetados. Especialistas alertam que tais obrigações desequilibram o sistema elétrico, elevam os custos de produção e não trazem ganhos técnicos relevantes no curto prazo, gerando preocupações quanto à eficiência e sustentabilidade do setor.

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Como votaram os parlamentares da bancada federal do Tocantins na sessão do Congresso Nacional que derrubou vetos do presidente Lula relacionados ao marco da energia offshore. Dos 11 membros, 8 votaram a favor da derrubada dos vetos, apoiando a reinserção de dispositivos que, segundo especialistas, podem encarecer a conta de luz e comprometer o equilíbrio do setor elétrico. Os parlamentares que votaram a favor foram o senador Eduardo Gomes e os deputados Antonio Andrade, Carlos Henrique Gaguim, Eli Borges, Filipe Martins, Lázaro Botelho, Ricardo Ayres e Vicentinho Júnior.

Já três membros da bancada não participaram da votação: a senadora Professora Dorinha Seabra, o senador Irajá e o deputado Alexandre Guimarães. A ausência desses parlamentares os excluiu da decisão que reacende o debate sobre os impactos econômicos e técnicos no sistema elétrico brasileiro.

Além de apoiar mudanças no setor energético, a maioria da bancada federal do Tocantins também votou pela derrubada do veto que impedia a correção do Fundo Partidário pela inflação. Com essa decisão, os partidos políticos receberão um acréscimo de R$ 164,8 milhões, elevando o montante total do fundo para mais de R$ 1,3 bilhão em 2024. A medida foi aprovada mesmo diante de alertas de órgãos técnicos, como o TCU, sobre o impacto fiscal da correção.

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No setor elétrico, a reação foi imediata. Entidades, como a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), criticaram duramente a aprovação dos chamados "jabutis" — dispositivos inseridos no texto sem relação direta com a proposta original. A FNCE informou que estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar as mudanças. Segundo o presidente da entidade, Luiz Eduardo Barata, o Congresso passou a ser responsável direto pelo aumento nas tarifas de energia e por aprofundar a instabilidade no sistema elétrico. Ele classificou a medida como um “retrocesso” com potencial de gerar efeitos em cascata sobre o custo de vida da população, pressionando os preços de produtos e serviços em todo o país.

A gravidade das decisões tomadas pelo Congresso ao alertar que o impacto financeiro da nova legislação pode ser ainda mais elevado do que o inicialmente estimado. Segundo especialistas, se outros vetos ainda pendentes forem derrubados — como os que tratam da prorrogação de usinas a carvão e da concessão de novos subsídios para energia solar —, o custo total poderá alcançar R$ 545 bilhões até 2050, com um possível aumento de até 9% nas tarifas de energia. O dado amplia as preocupações já manifestadas por entidades do setor, que alertam para o risco de desequilíbrio econômico no sistema elétrico e para os reflexos negativos na economia brasileira como um todo.

Da redação PontoVNotícias

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