O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, indicou que a relatoria da CPMI do INSS pode ser atribuída a um parlamentar ligado ao bolsonarismo, desde que esse parlamentar não seja filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa sinalização revela uma tentativa de negociação política para compor a comissão parlamentar mista de inquérito, equilibrando interesses entre diferentes grupos no Congresso Nacional.
Hugo Motta defende que a escolha do relator da CPMI do INSS deve respeitar um equilíbrio político, garantindo independência e afastamento de interesses partidários. Segundo o presidente da Câmara, como o PT não assumiu a presidência no Senado, o PL, principal partido da oposição, também não terá a relatoria na Câmara, que ficará com um nome do centro político. Apesar do PL ter sido fundamental na criação da comissão e contar com seis assentos entre os titulares, o partido não assumirá o comando da relatoria, o que reforça a estratégia de distribuição de cargos para equilibrar forças políticas no colegiado.
Nos bastidores, os deputados Coronel Crisóstomo (PL-RO) e Coronel Fernanda (PL-MT) foram cotados para assumir a relatoria da CPMI do INSS, mas perderam força diante da resistência de Hugo Motta em conceder o cargo ao PL. A presidência da comissão deverá ser ocupada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), apoiado pelo governo federal, enquanto a escolha do relator permanece uma prerrogativa exclusiva da Câmara dos Deputados.
Com a exclusão do PL da relatoria, cresce a expectativa sobre quem será o nome de centro indicado por Hugo Motta para assumir o cargo. A movimentação demonstra o esforço do presidente da Câmara em evitar que a CPMI do INSS se transforme em um palco de confrontos entre o governo e a oposição. A comissão terá como objetivo investigar fraudes relacionadas a concessões irregulares de aposentadorias e benefícios assistenciais no INSS. A leitura do requerimento para instalação da CPMI ocorreu recentemente em sessão do Congresso Nacional, com o início dos trabalhos previsto para o segundo semestre.
Da redação PontoVNotícias l Viníciua Nunes