A colheita da safra de soja no Brasil foi oficialmente concluída nesta semana, segundo boletim divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O avanço final de um ponto percentual em relação à semana anterior completou a colheita de 100% da área cultivada, seguindo o mesmo ritmo registrado na temporada anterior.
O encerramento da colheita marca o fim de um ciclo produtivo que, embora tenha enfrentado desafios climáticos em algumas regiões do país, confirma a liderança do Brasil como o maior produtor mundial de soja. O resultado reforça a relevância da oleaginosa na economia agrícola nacional e a capacidade do setor em manter altos níveis de desempenho mesmo diante de adversidades.
A estimativa da Conab para a safra de soja 2024/25 foi revisada positivamente, com projeção de 169,6 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento expressivo de 14,8% em comparação com a safra anterior, que havia sido fortemente afetada por uma severa estiagem em diversas regiões produtoras.
A expectativa de recuperação sinaliza a resiliência e a capacidade de adaptação do setor agrícola brasileiro, impulsionadas por investimentos contínuos em tecnologias de manejo, planejamento agronômico e estratégias voltadas à mitigação dos impactos climáticos. Esse avanço consolida o protagonismo do Brasil no mercado global de grãos e reforça a importância da inovação para a estabilidade da produção nacional.
Com o fim da colheita da soja, a atenção do setor agrícola brasileiro se volta agora para o milho segunda safra. No entanto, o ritmo de colheita da cultura avança de forma lenta. Dados da Conab indicam que, até o dia 15 de junho, apenas 3,9% da área plantada havia sido colhida, um desempenho consideravelmente inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando o índice era de 13,1%.
Esse atraso é atribuído, em grande parte, às condições climáticas enfrentadas em diversas regiões produtoras, que têm dificultado o andamento do trabalho no campo. A lentidão no cronograma acende um sinal de alerta para o setor, que acompanha com atenção os impactos potenciais sobre produtividade e logística.
A colheita do milho verão apresenta um avanço mais consistente em comparação à segunda safra. Até o momento, 92,5% da área plantada já foi colhida, com os estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná concluindo integralmente os trabalhos. Santa Catarina e Bahia também se aproximam do encerramento, com índices superiores a 98%, consolidando o bom desempenho dessa fase da produção.
No caso do arroz, a colheita está praticamente finalizada, com 99,9% da área já ceifada. O algodão, por sua vez, ainda está no início do processo, com 2,8% da área colhida até agora, seguindo em ritmo gradual. Já o trigo avança na etapa de plantio, alcançando 51,7% da área prevista. O Paraná lidera a semeadura nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul, embora ambos apresentem atrasos em relação à média histórica devido a condições climáticas adversas.
O desempenho positivo da soja brasileira tem influenciado os preços no mercado internacional. Nas últimas semanas, a oleaginosa registrou leve valorização, impulsionada por fatores como o clima e as incertezas geopolíticas. Apesar da estabilidade na produção global, o Brasil vem se destacando no cenário internacional, sobretudo diante dos desafios enfrentados por outros grandes produtores. Nos Estados Unidos, por exemplo, o excesso de chuvas tem gerado preocupações sobre o ritmo de plantio, afetando diretamente as expectativas e os movimentos nos mercados futuros.
Com o encerramento da colheita e a confirmação de uma safra recorde, o Brasil reafirma seu papel de destaque no cenário global como principal fornecedor de soja. O resultado consolida a posição estratégica do país no abastecimento mundial da oleaginosa e fortalece as projeções de crescimento nas exportações do agronegócio brasileiro, especialmente em um contexto de alta demanda e instabilidades em outras regiões produtoras.
A partir de agora, o foco do setor se desloca para o desempenho das culturas subsequentes — como milho, algodão, arroz e trigo —, que enfrentam desafios climáticos e logísticos. Ao mesmo tempo, há uma atenção crescente quanto à necessidade de manter a eficiência produtiva, a sustentabilidade das práticas agrícolas e a competitividade do Brasil nos mercados internacionais, diante de um ambiente global cada vez mais exigente e dinâmico.
Da redação P&VNotícias l Fernanda Toigo