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Derrota histórica: Congresso derruba decreto de Lula e expõe isolamento do Planalto

Articulação inédita entre Hugo Motta e Davi Alcolumbre fortalece Legislativo e impõe primeira revogação de decreto presidencial em 30 anos

Por: Redação Fonte: Redação
28/06/2025 às 13h00 Atualizada em 28/06/2025 às 13h55
Derrota histórica: Congresso derruba decreto de Lula e expõe isolamento do Planalto
Presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, articularam juntos a derrubada do decreto presidencial sobre o IOF, surpreendendo o governo

A derrota do governo federal na votação que derrubou os decretos do IOF no Congresso Nacional nesta quarta-feira (26) foi interpretada por integrantes do próprio Palácio do Planalto como reflexo de uma articulação política incomum.

O movimento, liderado de forma coordenada pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), chamou a atenção por sua eficácia e pela rapidez com que a pauta avançou nas duas Casas legislativas. Logo no início da quarta-feira, sinais da movimentação no Senado já indicavam a possibilidade de votação ainda naquela noite, surpreendendo a articulação política do governo.

A leitura dentro do Planalto é de que a aproximação entre Motta e Alcolumbre não só fortalece o poder do Congresso em negociações com o Executivo, mas também representa um posicionamento mais incisivo frente ao Judiciário, em especial ao Supremo Tribunal Federal. Prova disso é a intenção dos dois presidentes de comparecerem juntos à audiência com o ministro Flávio Dino, do STF, para discutir a liberação de emendas parlamentares.

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A união inédita dos líderes do Legislativo sinaliza um novo equilíbrio de forças em Brasília, no qual o Congresso busca ampliar sua influência sobre decisões estratégicas da administração federal e dos tribunais superiores.

Nos dois primeiros anos do atual mandato, o presidente Lula conseguiu administrar melhor os conflitos no Congresso graças à rivalidade entre os então presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, que frequentemente divergiam em agendas e articulações. Essa tensão entre as Casas legislativas acabava funcionando como um contrapeso útil ao Palácio do Planalto, permitindo ao governo frear ou manobrar temas sensíveis. No entanto, com a atual sintonia entre Hugo Motta e Davi Alcolumbre, esse equilíbrio se perdeu, deixando o Executivo isolado diante de uma articulação parlamentar coesa. O resultado foi uma derrota histórica: pela primeira vez em 30 anos, um decreto presidencial foi derrubado pelo Congresso Nacional.

Nos bastidores, integrantes do governo admitem que outros elementos contribuíram para o revés. Um dos principais fatores é a queda recente da popularidade do presidente Lula nas pesquisas de opinião, o que enfraquece sua capacidade de articulação política e serve de combustível para uma oposição cada vez mais atenta às movimentações de 2026.

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Além disso, cresce no Congresso o descontentamento com a lentidão do Executivo na liberação das emendas parlamentares — recursos fundamentais para a base aliada manter sua força política nos estados.

Essa combinação de desgaste político, articulação coordenada no Legislativo e crise na distribuição de recursos expôs a fragilidade do governo diante de um Congresso que, pela primeira vez no mandato, atua com unidade e iniciativa própria.

Da redação P&VNotícias  l  Brasília

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