A Feicorte 2025 reafirmou sua posição como o principal evento dedicado à cadeia produtiva da carne bovina no Brasil. Realizada em Presidente Prudente (SP), a feira apresentou um crescimento significativo de 12% em relação à edição anterior, reunindo cerca de 16 mil visitantes, mais de 100 expositores e 40 palestrantes, entre nacionais e internacionais. Com uma área coberta de 6.500 m², o evento destacou-se tanto pela variedade de atrações quanto pelo alto nível técnico de sua programação.

Nesta edição, a Feicorte contou com a presença de importantes lideranças políticas e do setor agropecuário. Entre os nomes de destaque estiveram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-presidente Jair Bolsonaro e diversos parlamentares estaduais e federais, que marcaram presença em painéis, solenidades e encontros com produtores. Além de movimentar negócios e apresentar inovações para o setor, a feira funcionou como um espaço de debates estratégicos sobre o futuro da produção de carne no país, sustentabilidade, exportações e tecnologia no campo.

Mais do que os números expressivos, a edição de 2025 da Feicorte ficou marcada pelo fortalecimento de três pilares fundamentais para o futuro da pecuária brasileira: sustentabilidade, inovação tecnológica e a integração entre governo, centros de pesquisa, produtores e a indústria da carne. O evento promoveu um ambiente propício para troca de experiências e articulação de políticas públicas voltadas à modernização e competitividade do setor.

Durante a cerimônia de abertura oficial, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou a doação definitiva do Recinto Jacob Tosello à prefeitura de Presidente Prudente, assegurando a permanência da Feicorte na cidade e ampliando a infraestrutura para futuras edições. Na ocasião, também foram entregues títulos de propriedade rural a famílias da região, reforçando os esforços de regularização fundiária no estado, uma das principais demandas do setor agropecuário.

Entre os destaques técnicos do evento, chamou atenção o lançamento do Fundesa-PEC, um fundo público complementar de indenização voltado à pecuária, especialmente para situações de emergência sanitária como a febre aftosa. A iniciativa, apresentada pelo coordenador Luiz Henrique Borachello, foi bem recebida pelos produtores. Instituições renomadas como o Instituto de Zootecnia (IZ) e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) também marcaram presença com soluções inovadoras e sustentáveis para o desenvolvimento da pecuária brasileira.

Na programação técnica da Feicorte 2025, a sustentabilidade ganhou protagonismo com a apresentação de iniciativas voltadas à redução da pegada ambiental da pecuária brasileira. O diretor do Instituto de Zootecnia (IZ), Enílson Ribeiro, anunciou a criação do Centro de Pesquisa em Pecuária Sustentável, que será dedicado à medição das emissões reais de metano em sistemas produtivos nacionais. O centro também atuará no desenvolvimento de alternativas para mitigar os gases de efeito estufa, incluindo o uso de aditivos naturais, óleos essenciais e técnicas de manejo de pastagem mais eficientes.

“Precisamos de dados reais da nossa realidade”, afirmou Enílson, ao enfatizar a importância da produção científica nacional como ferramenta estratégica para sustentar o posicionamento da pecuária brasileira diante dos desafios ambientais globais.

Outro eixo de destaque nos debates foi a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), promovida em painéis conduzidos pela CATI e pela Rede ILPF. O coordenador Ricardo Pereira apresentou a tecnologia como uma alternativa sustentável e lucrativa para o oeste paulista, onde predominam áreas de pastagem extensiva. “É possível produzir grãos e boi no mesmo hectare com lucro e sustentabilidade”, defendeu.

Andreza Cruz, também participante do painel, reforçou que a ILPF tem futuro promissor quando associada à sucessão familiar no campo. Para ela, preparar os jovens produtores para administrar sistemas integrados é essencial para consolidar o modelo como estratégia duradoura de produção agropecuária e conservação ambiental.

A diversidade genética da pecuária nacional também ganhou destaque na Feicorte 2025 por meio de uma experiência sensorial que atraiu grande público: a degustação de carnes de 14 raças bovinas diferentes, ressaltando a qualidade e a variedade da produção brasileira. A ação reforçou o papel da pecuária nacional não apenas como atividade econômica de peso, mas também como símbolo de excelência gastronômica.

Carla Tuccilio, integrante da organização do evento, destacou a proposta de aproximar o consumidor final do que há de melhor na cadeia produtiva: “Todo mundo teve a chance de provar a excelência da nossa produção”, afirmou. A iniciativa evidenciou como fatores como raça, manejo e alimentação influenciam diretamente nas características da carne, como sabor, marmoreio e maciez.

Para Eduardo Pedroso, representante da Friboi, a edição de 2025 marcou o reencontro do setor com sua principal vitrine: “O evento voltou a ser o que sempre foi: o coração da pecuária brasileira”. O entusiasmo dos expositores e visitantes consolidou a retomada da Feicorte como espaço estratégico de negócios, inovação e valorização das riquezas da carne nacional.

Da redação P&V Notícias